sexta-feira, 15 de abril de 2011

Resumo do Livro: Perfil de Três Reis

Esse livro nos leva a pensar como somos quando lideramos e quando somos Liderados, vale a pena ler e se analisar. (Perfil de três reis – Gene Edwards - Editora Vida)

O livro Perfil de três reis é um conto baseado nas vidas de Davi, Saul e Absalão. Nesse conto podemos observar o que um cristão deve ser perante seus líderes, liderados e com as pessoas em geral, nos levando a meditar acerca da submissão e da autoridade no Reino de Deus. O autor nos remete ao tempo em que Davi ainda era um pastor de ovelhas, talvez um pouco desvalorizado por ser o mais moço de sua família e não ter o preparo que seus irmãos mais velhos tinham.


Como de costume os primogênitos eram mais valorizados. Mas Davi tinha algumas características que chamam nossa atenção. Tocava harpa, compunha músicas que falavam das crenças de seus antepassados, orava, chorava, ele tinha um coração diferente. Mas também era trabalhador e valente, pois cuidava bem de suas ovelhas e manejava sua funda muito bem.

Certa ocasião seu rebanho foi atacado por um urso, mas com sua coragem o matou salvando seu rebanho.

Certo dia o pastorzinho foi chamado para correr até sua casa, pois uma visita importante o aguardava, era Profeta Samuel que o ungiu dentre os oito filhos de Jessé para ser rei. Mesmo depois de ungido o pastorzinho continuou a ter uma tarefa não muito digna de um rei, levar comida para os irmãos na linha de frente da batalha. E ele cumpriu com regularidade. Em uma dessas visitas ao campo de batalha realizou algo inesperado, matou um gigante de três metros de altura, tornou-se um herói e foi parar no palácio de um rei, Saul, que teria uma participação especial em sua vida na formação de seu caráter.

Davi tocava sempre para o rei, pois a música lhe fazia bem, mas Saul sentia-se ameaçado pelo jovem, tinha violentos acessos de loucura e atirava lanças contra Davi. O jovem percebeu que estava sendo colocado em uma escola: a escola da submissão e do quebrantamento. Saul seria um instrumento escolhido por Deus para esmigalhar Davi. Também compreendeu que Saul mesmo na sua loucura, era uma autoridade legitima, escolhida por Deus. Então o jovem ungido submeteu-se às ordens de seu rei louco.

Davi aprendeu algo, mesmo tendo a promessa e a unção para um dia estar na posição de rei, nunca deveria devolver as lanças que um ungido do Senhor atira, mas aprendeu desviar-se delas calado para não se tornar como o rei enlouquecido que as atirou. O pastor de ovelhas teria crescido para vir a ser o rei Saul II, mas Deus, através do próprio rei, que o procurava destruí-lo, conseguiu arrancar o “Saul” de dentro do coração de Davi.

O jovem Davi nunca abandonou ao ungido do Senhor, até que o próprio rei tomou a decisão de caçá-lo e matá-lo. Só então Davi se retirou, mesmo assim a sua submissão não o deixou dizer uma só palavra ou tomar qualquer atitude contra Saul e também não dividiu o reino ao partir. Partiu sozinho.

Davi foi se esconder nas cavernas escuras e úmidas, mergulhado nas melodias de suas músicas que expressavam sua tristeza e também sua esperança em Deus. No reino de Saul, nosso ex-pastorzinho deveria ser um exemplo de como os que se rebelavam contra o rei, eram punidos: mais uma loucura que o rei Saul espalhava.

Algum tempo mais tarde, Davi alcançaria uma terra estranha e sem segurança, onde foi temido e odiado, foi também vítima de mentiras e alvo de conspirações, encarou a morte várias vezes, onde também Deus permitiu que fosse esmagado um pouco mais para se tornar um homem quebrantado segundo a medida celestial.

Ao agravar-se a loucura do rei Saul, outros tiveram que fugir e entraram em contato com Davi e se surpreenderam ao encontrar um Davi diferente, que amava mais a Deus e cantava de maneira diferente. Os que o encontraram decidiram ser seus companheiros de fuga, homens com o coração bem diferente do de Davi. Ele não os liderou, pois não concordava com suas atitudes. Apesar disso, começaram a segui-lo, respeitá-lo, não temiam a submissão nem a autoridade, pois Davi nunca lhes disse uma só palavra a esse respeito. Eles o seguiam pelo simples fato de ele ser Davi, por sua vida e suas atitudes falarem mais alto. Aos poucos esse grupo começou a mudar também.

Algum tempo depois Davi teve Saul ao alcance de sua lança, mas não se vingou, foi incompreendido mais uma vez. Talvez Davi tenha se lembrado de quem Saul foi, um ungido de Deus, libertador de Israel, de boa aparência e muito benquisto, batizado no Espírito Santo de Deus, de boa família, com ancestrais como Abraão, Israel, Moisés, unificou um povo e fundou um reino, um líder escolhido por Deus e com o poder de Deus. Ao mesmo tempo Saul era lembrado por sua maldade, pelo seu coração corroído pela inveja, mas para Davi, Saul ainda era o ungido de Deus. Talvez Saul não tenha percebido que seu desejo de ser cheio do poder de Deus, para fazer para Deus, no seu intimo ocultavam-se a ambição, o anseio da fama, e o desejo de ser considerado um gigante espiritual.

O autor discute no capitulo dezesseis sobre como saber se um ungido do Senhor é um Saul ou um Davi e conclui que ninguém pode julgar isso, a não ser Deus. Aponta também que o tempo e o comportamento do líder e do liderado vai revelar muita coisa a respeito deles, podendo revelar quem é quem na história.

Duas gerações depois do reinado de Saul, certo jovem procurou um dos antigos valentes de Davi, ele estava interessado em saber mais sobre essa história fascinante do pastorzinho de ovelhas que se tornara rei. Esse jovem pode conferir a visão que uns dos valentes de Davi tinha de seu líder, e qual não foi sua surpresa em ouvir que por vezes seu liderado presenciara seu líder chorar, fugir, mas não era nenhum fraco. Jamais governou através de ameaças, leis, decretos ou pelo medo. A imagem que tinha de Davi, era uma imagem de submissão e não autoritarismo, a arte da paciência, não temia rebeliões. Ensinava seus homens a perder e não vencer, a dar e não tomar, um líder que não expunha seus seguidores ao sofrimento e sim os protegia dele.

A partir do capítulo dezenove, o autor nos remete à época em que Davi reina e seu filho Absalão começa a fazer campanha para reinar em seu lugar. Muitos já vêem Absalão como o sucessor de Davi, pois tem porte, aparência é atencioso, por lembrar bem seu pai quando moço. Os que estavam perto de Absalão, com o passar do tempo sentiam-se frustrados por terem que esperar pelos melhores dias, quando afinal ele viesse reinar. É claro que em uma das reuniões para discutir até quando iriam suportar as supostas injustiças feitas pelo rei Davi, um homem de caráter tão nobre, como Absalão não poderia ficar calado então decidiram fazer alguma coisa a respeito daquelas injustiças. A revolta que talvez estivesse guardada em seu coração brotou.

O autor nos lembra que não há reino sem discórdias e que o próprio Deus enfrentou isso no céu. Nenhuma revolta no reino de Deus é legitima, nem pode ser plenamente abençoada. Somos lembrados também que os rebeldes que chegam ao poder mediante rebelião não toleram rebeliões.

Davi quando se vê em situação de revolta propiciada por seu próprio filho, teme mais pelo seu povo do que pelo seu reinado. Parece que lhe restam duas alternativas: perder tudo ou se transformar em um Saul para deter Absalão. Mas Davi continua sendo como antes, um jovem pastor de coração quebrantado e conclui que o reino não vale tanto, se a vontade de Deus, que Absalão fique. Na verdade qualquer rebelde que levante a mão contra alguém que ele crê ser um Saul e qualquer rei que levante a mão contra quem ele crê ser um Absalão, pode na verdade, levantar a mão contra a vontade de Deus.

No capítulo vinte e cinco o autor lembra a rebelião de Corá e seus seguidores contra Moisés. Embora sendo primo de Moisés, Corá não tinha o mesmo coração que ele. Moisés sabia que Deus o fizera responsável por Israel e nada havia que precisasse ser feito. Ou Corá e seus seguidores tomariam o reino, ou Deus provaria a inocência de Moisés. O resultado disso é que Deus confirmou a liderança de Moisés e fez com que Corá fosse tragado pela terra.

Davi decidiu que o trono não é seu, pertence ao Senhor e resolve não ser empecilho à ação de Deus e deixa o trono, o palácio a cidade.

Conclusão: Todos nós podemos ter características de Davi, Saul e Absalão, ou seja, submissão, valentia, ciúmes, inveja, rebeldia. Mas devemos deixar que Deus trate nosso caráter assim como Ele fez com Davi. Para sermos bons liderados e líderes temos que usar de amor, paciência e submissão. Uma liderança não é imposta, é reconhecida. Deus é quem estabelece reis e quem os remove.